O Brasil e a Copa

Não gosto de futebol. Não dedico qualquer tempo a apreciar futebol.

Há pessoas que gostam, sofrem, deliram, brigam e investem tempo nessa atividade que dizem lazer.

Respeito.

O que chama atenção é o quanto o futebol já representou de positivo para o país. Isso em outros tempos.

Naquele tempo em que se jogava por esporte e por afeto ao esporte.

Naquele tempo em que o dinheiro, as mordomias e o estrelismo era algo em segundo plano.

Valia o futebol mesmo e não os adereços.

Hoje ouvimos falar, tendo em vista a Copa do Mundo, em investimentos vultuosos.

Debates vários em torno do tema.

O Maracanã, deverá custar a irrisória soma de um bilhão. Isso mesmo, UM BILHÃO.

Os mesmos debates, discursos fervorosos e acalorados, não se vê para que se destine o mesmo bilhão, para a construção de um modesto hospital.

Não se vê tanto tempo investido, assim como os recursos, para a construção de escolas, creches e o que diga respeito ao social, ao direito do cidadão.

Projetos de lei tramitam com velocidade assemelhada aquela com que tramitou o aumento de subsídios dos parlamentares federais, no fatídico 15 de dezembro de 2010.

Novas regras para contratações de obras para a Copa, são estabelecidas e geram suspeição. Não estão claras.

E o país prossegue querendo a Copa. O país, propriamente, não. Uma parcela apenas. Desta, uma parte é aficcionada. Outra visa lucros.

Será que o Brasil, com a realização da Copa, terá benefícios ou estará indo no mesmo rumo da Grécia, que após as Olimpíadas entrou em colapso?

Note-se que a Grécia é o berço das olimpíadas. O Brasil é conhecido como o país do futebol.

Ainda há muito a ser feito pelo país, pelo Brasil e pelos brasileiros que não a dita Copa.

Faltam presídios, hospitais, escolas, creches, ambulâncias, viaturas e equipamentos para as polícias. Faltam bibliotecas, livros, medicamentos. São várias faltas e vários direitos constitucionais negados aos do povo, que um bilhão (o do Maracanã) já poderia fazer a diferença.

E dinheiro público é para ser investido no retorno ao público, ao povo, como um todo e não apenas a parcela deste.

Brasileiros todos somos. Futebolistas, nem todos.

Se os envolvidos parassem e avaliassem bem e com consequência a situação, creio que poderiam concluir que não seria nada ruim que se abrisse mão do evento em favor de algum outro país. Preservemos nosso povo e nosso futuro.

Não estou sendo catastrófico. Apenas estou refletindo e propondo a reflexão.Se estou certo ou errado? Não sei. Apenas penso.

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